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terça-feira, 24 de maio de 2016

Relato: Bertioga-Maresias 2016 - Trio

A "Maratona de Revezamento Bertioga-Maresias" (que, pelos meus cálculos, é uma ultramaratona) não é lá uma prova muito com a minha cara.



Ela é rápida e plana demais pro meu gosto, tem uma logística de transporte um pouco pentelha e acaba saindo com um preço que foge um pouco do meu orçamento. Maasss, quando os amigos convidam você para integrar a equipe deles, você aceita, né? Tudo em nome da farra. rs


Assim, em nome da farra, lá fui eu encarar uma parte dos 75km do percurso que larga do Forte de Bertioga, às 6h15 da manhã, com destino à praia de Maresias (São Sebastião/SP), apenas 20 dias após ter feito minha primeira maratona.

Como disse para algumas pessoas, não estava preocupado em correr essa prova tão pouco tempo após a estreia na maratona, pois o meu trio seria um trio "turístico" e não um trio competitivo.
Cada um iria, claro, dar o seu melhor na prova, mas ninguém iria abrir mão de curtir o momento para colocar a faca entre os dentes e partir para a competição com sangue nos olhos.

Quando o objetivo é competir mesmo (coisa que eu faço com uma frequência assustadoramente baixa), deve-se traçar um planejamento que permita que cada atleta corra um trecho na sua velocidade máxima e depois tenha tempo para descansar e comer antes de partir para o próximo trecho. Não foi o que fizemos.

Nós, do Trio Bolovolovers, decidimos emendar alguns trechos para facilitar a logística e eu - chato bagarái - disse aos meninos que era condição sine qua non que me reservassem os dois últimos trechos - o que eles fizeram com grande prazer! rsrs

Tive uma semana bem estressante no trabalho às vésperas da prova e nem consegui entrar no clima de expectativa para o evento. Chegamos à base de operações da Assessoria Carlos Mello na sexta-feira por volta das 22h30, encontramos o povo já meio que capotado de sono e tratamos de deitar logo também, já que o programado era soar o toque de alvorada às 4h da matina.

Antes disso, porém, fui acordado pela forte chuva que caiu por volta das 2h30/3h da manhã e comecei a ficar preocupado. Eu, que sempre peco pelo excesso na hora de planejar provas e até mesmo treinos, fui pego de "calças curtas", com roupas de menos. Mas, o que não tem remédio, remediado está!

Às 4h os despertadores começaram a tocar e cada um tratou de se arrumar logo enquanto a chuva fina caía lá fora. Ao todo, estávamos em 3 trios, um sexteto, um quinteto (um sexteto desfalcado) e 5 solos.

O Luís, o Matheus e eu arrumamos nossas coisas, fechamos nosso cooler e entramos no Bolovolovers-móvel com destino ao Forte de Bertioga. Chegamos lá ainda sob o manto da noite e com uma leve chuva.
Tiramos uma foto juntos, desejamos boa sorte ao Matheus - que faria o primeiro trecho - e tratamos de dirigir para o PC 1 sem nem mesmo acompanharmos a largada, com medo de ficarmos presos no trânsito.

Pré largada
Pelos meus cálculos, o Matheus faria os 10,8km do trecho 1 em aproximadamente 55 minutos. Dito e feito. Com 55:00 ele surgiu no horizonte e com 55:30 ele passou o chip para o Luís, que faria os trechos 2 e 3 emendados.

Entramos no carro novamente e lá fomos nós para o PC 3 para resgatar o Luís.

O Luís também fez seus trechos super bem, e dentro do tempo que eu havia previsto (provavelmente graças ao mini bolovo ingerido antes de começar a correr. Sério! rsrs), mas mal deu tempo de celebrarmos e já tivemos que entrar correndo no carro, pois o trecho 4 tinha apenas 6,2km e o Matheus provavelmente levaria 30 minutos para terminá-lo... considerando a muvuca de carros dentro do condomínio, a gente perdeu mais de 10min só para pegar a Rio-Santos.

Chegamos ao PC 4 e pouco tempo depois o Matheus apareceu, para revezar mais uma vez com o Luís.
Pelo menos dessa vez teríamos certa folga, já que esse trecho do Luís tinha 14km. Aproveitamos o tempo "sobrando" e tratamos de comer e beber, já que na correria louca de chegar nos PC's na hora certa a gente mal lembrava de fazer outra coisa.

Chegamos em Juréia (ou Barra do Una? nunca sei) e ficamos ali aguardando. Daqui a pouco apareceu o carro do Trio Coisa Hara com a Cris e a Cris U., que estavam aguardando a Karol - minha cunhada. Nesse intervalo o Matheus começou a se queixar de dores no joelho.
Peguei um spray de Biofenac emprestado com a Cris, dei pra ele passar, mas ainda assim ele não estava se sentindo confiante para encarar o próximo trecho, que teria subidas e descidas que poderiam agravar as dores.

Então ele se virou e perguntou se tudo bem para mim encarar os três últimos trechos ao invés de pegar só os dois últimos. Na hora eu respondi que sim, sem titubear. Primeiro porque não queria que ele agravasse sua lesão e depois porque, naquele momento, não parecia que acrescentar mais um trecho seria algo penoso.
Comi mais umas castanhas que estavam no carro, chequei minhas duas garrafinhas d'água na mochila, verifiquei que estava com uma papinha e um gel no bolso, dei um beijo na Cris, falei pro Matheus que quando o Luís chegasse eles poderiam ir direto para a chegada e me dirigi para o posto de troca.
No caminho eu comecei a pensar na loucura que havia sido aceitar esse desafio.
Além de eu ter acabado de fazer minha primeira maratona - e ter corrido só 3x e no máximo 7km desde então! - eu não tinha me tocado que os três últimos trechos dariam 30km com mais de 600m de ganho... e que eu só tinha corrido essa distância um punhado de vezes na vida!

Antes que qualquer receio pudesse me atormentar, encontrei o Luís Hirata (fazendo apoio para o sexteto da esposa) abrindo uma cerveja e roubei um gole, para criar coragem... rs

O Luís Bolovolover chegou ao PC, me passou o chip e lá fui eu. Após uns 300m passei em frente às duas Cris e ao Matheus, dei um tchauzinho e segui adiante, amassando um pouco de lama. O primeiro quilômetro saiu abaixo de 5 minutos - o que me parecia ser "quente" demais para o que eu tinha pela frente.




E ainda tive que ouvir da Cris que estava rápido demais! Han
Decidi ali mesmo qual seria meu mantra do dia e passei a repeti-lo mentalmente de tempos em tempos. Passo, passo, passo, passo... "pace sustentável, Gabriel.... mantenha um pace sustentável...". Quando percebia que estava aumentando a velocidade outra vez, repetia o mantra...

Dividi a prova em 3, para não me preocupar com a distância total e torná-la mais digerível. Cada PC seria uma linha de chegada e uma chance de recomeçar.

O trecho 6 eu lembrava que tinha corrido em 2013 na casa de 50 minutos e pensei em fazer o mesmo tempo sem, contudo, forçar o ritmo.
Como a sensação de esforço estava tranquila (graças ao meu pace sustentável), deu para me manter trotando nas subidas sem medo de queimar cartucho - mesmo quando outros corredores olhavam para mim enquanto andavam e disparavam alguma piadinha (talvez imaginando que eu iria quebrar se continuasse assim).

Ao terminar a estrada de terra e aclives/declives fomos direcionados para uma praia. Não lembrava que esse trecho tinha praia... talvez eu tenha deletado isso da memória, já que normalmente eu acho um saco correr na faixa de areia.

Dessa vez, no entanto, o ritmo estava bem encaixado, tudo estava fluindo e, para ajudar, eu estava com um raro vento de cauda me 'empurrando' adiante. Fiz as pazes com a praia e em poucos minutos atingi o PC 6, completando 1/3 do meu desafio em 49:50s!

Comecei a sentir um grande incômodo na sola do pé esquerdo, mas como não tinha o que fazer sobre isso, tentei tirar o incômodo da cabeça e focar no que estava por vir (mais tarde confirmei que esse incômodo nada mais era que uma bolha gigante).

O próximo trecho era uma incógnita para mim, mas a estratégia seria exatamente a mesma: manter um ritmo sustentável e a sensação de esforço baixa e controlada. Queria ainda pegar mais leve nesse trecho para sobrar um pouco mais de perna e pulmão para encarar a famosa Serra de Maresias no último trecho.

Quando o acumulado dos dois primeiros trechos atingiu 15km decidi que era hora de comer minha papinha. Teoricamente eu deveria ter comido antes, mas como só tinha duas porções de alimento, achei melhor comer com 15km e com 21 km, para chegar na serra sem o risco de uma queda de açúcar.



Desse trecho eu lembro de pouca coisa... lembro de umas 3 ou 4 subidinhas em que me mantive trotando morro acima, lembro de passar pelo Carlos trocentas vezes e de ele sempre falar para eu curtir a prova (será que eu tava com cara de bunda?! rs), lembro de ver a placa da Praia da Baleia e começar a cantarolar uma música tosca (se não entender o paralelo, avance para 0:40s) e lembro que, ao entrar nessa praia - que estava praticamente deserta - eu me deparei com uma criancinha de não mais do que 5 ou 6 anos, aparentemente desacompanhada. Ela levantou a mão, como quem pede um high five (o famoso "toca aqui"). Bom, eu tive que ir até ela para cumprimentá-la né! Como diz o ditado, High Five e copo d'água não se nega a ninguém! rsrs

Cheguei no último PC com 1h44 de prova.
Agora restavam somente 10,9km para cruzar a linha de chegada - e eu já começava a achar que seria possível concluir os 30km abaixo de 3 horas.
Eu havia comentado com os Bolovolovers que minha única pretensão nessa prova era que a gente conseguisse fechar os 75km abaixo de 7h... quando o Matheus pediu para eu o substituir imaginei que não conseguiria fazer esses 30km abaixo de 3h, por causa de todas as subidas e do cansaço acumulado. De outro lado, também sabia que a única forma de conseguir o sub 7h na prova seria fazendo sub 3h no meu trecho... dureza!

Nessa altura eu percebi que o fato de ter encarado a prova como um "treino de 20km" fez com que eu deixasse de adotar algumas precauções que são meio que padrão para mim para treinos e provas longas: passar vaselina, colocar esparadrapo em pontos de fricção já conhecidos, separar alguma fonte de sal... De fato, eu vinha lambendo meus braços já há algum tempo para tentar reabsorver o sal perdido com o suor.

Mas agora eu já estava com 21km, então tratei de tomar logo meu único gel e me preparar psicologicamente para a tal da Serra de Maresias.

Flagra: momento "regozijando no gel"
(Já pensou se alguém tirou foto do momento "lambe-braço"?)
Antes de saber que eu faria os últimos 3 trechos, meu objetivo era zerar a Serra (Zerar: do Latim correr-a-porra-toda-sem-parar-pra-andar).
Eu sabia que era possível zerá-la pois já havia feito isso em 2013 - só que naquela vez eu não estava competindo...estava apenas acompanhando a Cris, então não sabia se seria possível fazer isso novamente tendo mantido um ritmo mais forte pelos últimos 23km.

Para chegar na Serra a gente sobe um morrinho curto e íngreme, desce um pedaço igualmente curto e rápido até a praia de Boiçucanga, passa pelo centrinho comercial e depois é a hora da verdade. Apesar de esse primeiro trecho ser rápido, forcei uma diminuição no ritmo para chegar descansado na Serra.
Nesse intervalo começou a chover e a chuva lavou a camada de sal do meu corpo. Quando fui dar mais uma lambida encontrei apenas protetor solar... ergh!

No caminho passei pelo Itamar, pelo Togumi e pelo Julin (MountainSurfers) e fiz questão de dar um aperto de mão em cada um antes de prosseguir. A intenção era dar uma força para esses survivors (solo nos 75km), mas a verdade é que eu também me sentia ganhando força ao fazer isso - assim como me sentia melhor ao falar um "oi" ou um "bora lá" para cada uma das centenas dezenas de pessoas que ultrapassei desde que comecei a correr.

Nesse trecho sofri minha primeira ultrapassagem dos últimos 20 e tantos quilômetros. Um rapaz passou por mim rasgando e pouco depois começou a andar forte na subida.
Eu segui no meu trotinho lento e regular e em um minuto passei-o de volta. Poucos segundos depois, lá aparece o cara me passando de novo. Mais 20 segundos e eu estava emparelhado com ele... virei para o lado e falei "Parece que a gente vai se cruzar algumas vezes ainda hoje, né? Prazer, Gabriel!". kkkk
O cara se assustou um pouco, me deu a mão, se apresentou e eu expliquei a ele que, apesar de a caminhada ser mais eficiente em muitos trechos daquela Serra, eu havia prometido a mim mesmo que iria zerá-la.

Repare que o que eu estava fazendo ali não era explicar ao Pablo o porquê da minha conduta. O que eu estava fazendo, em verdade, era tornar público o meu objetivo e, ao fazer, estava me obrigando a cumpri-lo.
Enquanto só eu sabia que queria correr o trecho inteiro, eu poderia muito bem fraquejar e andar sem consequências. A partir do momento em que eu coloquei a boca no trombone para afirmar que eu não iria andar um só passo daquela Serra, eu era forçado a sustentar a pose! rs

Seguimos brincando de ioiô por mais algumas curvas e depois consegui me desgarrar dele. Segui ultrapassando mais algumas pessoas e olhando para os meus pés até ver a placa do "Desça engrenado".

Tenho que confessar que tenho medo dessa descida. Ela é muito íngreme, os carros passam tirando fina dos corredores e na parte protegida pelos cones o asfalto está cheio de limo - e, para ajudar, a chuva havia deixado tudo ainda mais escorregadio.

Foi só começar a descida que um grupo de uns 4 homens e uma mulher me ultrapassaram (incluindo aí meu novo amigo Pablo) e sumiram de vista.

Demorei um bom tempo para acostumar as pernas a voltar a correr na descida após tanto tempo de trote ascendente.

Olhei no relógio e vi que estava cada vez mais possível terminar minha prova abaixo de 3h! Mandei meu mantra catar coquinho (pace sustentável minhas bolas!) e resolvi que era hora de sentar a bota.



Engatei um ritmo de kombi sem freio e mandei ver nos quilômetros finais de descida. Entrei na praia e continuei no embalo.
A chuva havia deixado a areia menos fofa do que de costume, então foi possível continuar a pisar forte nessas centenas de metros até a linha de chegada, que já estava visível.

Quem já estava visível também era o restante do trio Bolovolovers! Avistei o Luís e o Matheus, alcancei meu apito na alça da mochila e comecei a apitar como louco, chamando-os para correr comigo até o pórtico, em ritmo de tiro!

Infelizmente não tinha um só fotógrafo ali para registrar o momento.

Completamos os 75km em 6:47:39!! Sucesso!

Por falar em sucesso, fiquei felizão de ter conseguido manter uma média de 5:31/km ao longo dos 30km, zerando todas as subidas. Eu sempre achei que não tinha habilidade para manter ritmo no plano e ainda mais em razão de ter treinado especificamente para o Desafio 28 Praias desde o começo do ano, focando muito mais em trilhas técnicas e caminhadas rápidas do que em ritmo constante.

Finalizada a prova, fomos até o carro para eu trocar de roupa e comer algo e voltamos pra arena da prova para aguardar e fazer festa para os amigos e conhecidos que iam concluindo o desafio. Parabéns a todos e bora para a próxima!




SEXteto

Trio Coisa Hara
Team PH Brasil aquecendo para os 75k solo de outubro
(NÃO DEIXEM DE ASSINAR A PETIÇÃO DELES)

Galera reunida e preparada para o churrasco
Aproveito para abrir a oportunidade para que os demais membros do trio abram seus corações façam seus relatos da experiência de correr a BM 75km.
Com vocês, o relato do Luís:



"Como sempre acontece pré prova, dormi muito mal e acordei às 4 da manhã para me arrumar para correr o revezamento Bertioga Maresias em trio. Desde o ano passado foi proposto esse desafio a nós e é claro q fiquei muito feliz de correr ao lado deles. Fiquei responsável pelos trechos 2, 3 e 5. Mandei um bolovo para dentro e saí para o Trecho 2 e 3, saí num ritmo mais forte do que estava acostumado mas era isso mesmo que eu queria. Senti um pouco de falta de água mas nada que me comprometesse na prova. No trecho 5, conhecido por ser um trecho bem massante e interminável, mantive o mesmo ritmo do segundo trecho mas não consegui segurar o mesmo ritmo nos 3
Km finais. Me conheci muito nessa prova e entendi o limite do meu corpo. Foi um total de 26 km de pura diversão, muitas risadas, piadas internas que levaremos para sempre kkkkk e muita superação!!!"

E agora, o relato do Matheus:




"6:15 da manhã, uma garoa forte e ainda escuro. Foi dada a largada da minha primeira ultramaratona, a Maratona de Revezamento Bertioga Maresias. Dessa vez o revezamento foi em trio, onde tive o prazer de formar uma equipe com dois corredores experientes, Gabriel Ciszewski e Luis Zucare. Dois atletas que tinham muito a me ensinar durante todo o percurso daquela prova.
Iniciei correndo o primeiro trecho de 10,8km, na praia de Bertioga. E durante este trecho eu pensava em manter um ritmo constante, sem forçar muito pois ainda teria que correr mais 16,5km em outros dois trechos. Durante os 5 primeiros quilômetros me lembro de estar concentrado em acertar a passada e encaixar um ritmo bom. Respiração controlada, passadas acertadas e ritmo constante. O corpo já estava aquecido. E para a minha surpresa em um pace mais rápido que o normal, mas eu estava bem, e não pensava em diminuir. No final da praia já avisto o PC1 de chegada. Dou um tiro final e entrego o chip para o Luis continuar a prova...
Encontro com o Gabriel e vemos que o tempo feito no primeiro trecho foi exatamente igual ao planejado. Estipulamos um objetivo de concluir a prova abaixo de 7 horas. Partimos para o PC3 onde eu iria correr pela segunda vez.
Encaixei o mesmo ritmo do primeiro trecho, no entanto comecei a sentir um desconforto no joelho e na lateral do pé esquerdo. Como o corpo estava quente nem pensei em diminuir o ritmo, segui em frente pensando apenas em concluir aquele trecho no tempo planejado. Termino minha segunda corrida e vou para o carro de apoio com o Gabriel para seguirmos em frente.
Chegando no carro de apoio começo a me alongar e a dor no joelho e no pé começam a ficar mais intensas. Entramos no carro e seguimos viagem para o PC5. E aí começam os ensinamentos que citei no início do texto. Durante o tempo que ficamos no carro o Gabriel me contou sobre as suas experiências e sua evolução nas corridas, lesões que ele teve e como foi o seu progresso. Em poucos minutos ele conseguiu me passar muito do conhecimento e da experiência dele.
Chegando no PC5, onde iria começar o meu último trecho, desço do carro e a dor no joelho e no pé está demais. Nesta hora fiquei andando de um lado para o outro para ver se a dor passava mas, ao contrário, ela só aumentava. Converso com o Gabriel e peço para ele seguir a prova daquele trecho em diante. Ele aceitou o desafio e seguiu em frente quando o Luis chegou.
Saindo do PC5 eu e o Luis seguimos viagem direto para Maresias, na linha de chegada, onde ficamos aguardando o Gabriel chegar. Durante este trajeto mais ensinamentos, desta vez, vindo do Luis, que também possui uma grande experiência em provas de corrida.
Nossa grande dúvida era se o Gabriel iria chegar a tempo para que atingíssemos o nosso objetivo: concluir a prova com menos de 7 horas. Foi quando vimos o Gabriel correndo no fim da praia de Maresias em direção ao pórtico da linha de chegada. Olhamos para o relógio e já começamos a comemoração pois sabíamos que tínhamos conseguido. Acompanhamos o Gabriel nos últimos metros e cruzamos juntos a linha de chegada.
Apesar da dor e de não ter corrido meu último trecho, a sensação de ter cruzado a linha de chegada sabendo que tínhamos conseguido concluir a prova abaixo das 7 horas foi indescritível.
Agradeço aos meus dois amigos e ao nosso treinador, Carlos Mello (Assessoria Carlos Mello) por esse time que montamos. Com certeza faremos mais provas como esta e estaremos preparados para superar novos desafios."


3 comentários:

Bruna Keller disse...

Ahhhhhh eu ameeeei!!! Você é uma inspiração Gabriel!!! E não sei onde você estava com a cabeça que você não estava confiante de que iria concluir os 3 trechos com excelência, tinha certeza que iria conseguir com sucesso!
Vocês 3 foram um trio maravilhoso, de muito respeito e companheirismo! Luís, um cara incrível com a cabeça de correr por prazer(que pra mim é o melhor motivo) e mesmo assim tentar melhorar sempre mas se divertindo e sem se arriscar, é claro, mais suspeita ainda para falar desse menino que eu escolhi pra ser meu parceiro na vida, Matheus, que cresceu como um gigante nessa prova correndo em uma velocidade que até mesmo ele dúvida, por às vezes duvidar do potencial dele! Obrigada por preservar o joelho dele e pé e obrigada a vocês por serem um exemplo de trio! Um beijo

Anônimo disse...

Boa!!! Belo relato e parabéns pelo feito!
Obrigado pela citação ao TEAM PH BR!
Abraço,
Ricardo

Gabriel C. disse...

Obrigado pela visita e comentário, Bruna e Panato!
O Matheus e o Luís realmente saíram de suas zonas de conforto e cresceram muito nessa prova! E parabéns pra vocês também!

Abraços